O Primeiro Olhar
“Querido diário, hoje faz um ano desde que presenciei a morte dos meus pais. Tudo aconteceu tão rápido, ainda não consigo acreditar. Eles tinham mordidas no pescoço e a polícia considerou um ataque de animal, me achando louca por dizer a verdade. Mas eu sei a verdade, foi um vampiro.
Mesmo não sabendo a identidade do monstro que cometeu esse ato brutal, olharei pra frente e sorrirei como sempre faço, esperando que as pessoas não se lembrem do meu luto. As vezes é mais fácil fingir que se está bem do que dizer os motivos pelos quais não se está, e é isso que farei.”
Sarah chega ao seu local de trabalho, um bar e grill chamado Truman’s, onde ela vem trabalhando há dez meses desde que deixou a faculdade. Logo depois de cumprimentar seus amigos e colegas de trabalho, já coloca seu avental e começa o serviço. Ela vai atender uma senhora que acaba de chegar.
- O que a senhora vai querer? – Sarah pergunta.
- Vocês têm algum especial hoje ou é só isso que tem no menu? – A senhora pergunta rudemente.
- Temos especiais nas terças e quintas, hoje é o que está no cardápio, senhora.
- Mas que droga de restaurante, eu nunca devia ter saído da cidade grande e vindo para essa porcaria de cidade interiorana cheia de caipiras e bêbados. Tudo que vocês gostam é x-burger com fritas e refrigerante! – A cliente começara a gritar com Sarah.
- Escuta aqui sua velha gorda, se não gosta da comida daqui é só ir procurar um restaurante que satisfaça essa sua pança gorda! Mas se quiser comer alguma coisa aqui hoje é melhor você me tratar com respeito sua desgraçada! – Sarah perde totalmente o controle.
Todos a encaram com os olhos arregalados e surpresos pela reação de Sarah, que logo joga seu bloco de notas e caneta no chão e vai para a sala de seu chefe, Dennis.
- O que foi que aconteceu ali, Sarah? – Dennis pergunta surpreso.
- Desculpa Dennis, eu não sei o que deu em mim, eu queria fingir que tudo estava bem hoje, mas na verdade não está. Hoje faz um ano desde que meus pais morreram, e eu simplesmente não consigo esquecer desse trauma. – Sarah começa a chorar.
- Nossa, eu nem me lembrava disso. Está tudo bem, Sarah. – Ele a abraça.
A melhor amiga de Sarah e bartender do Truman’s, Kat, chega no escritório de Dennis.
- Vem aqui sua idiota, está tudo bem perder o controle de vez em quando. – Kat abraça Sarah. – O que foi que aconteceu?
- É que hoje faz um ano que os pais dela morreram. – Dennis intervém.
- Ah, eu sinto muito Sarah.
- Obrigada, eu só preciso ir ao banheiro lavar o rosto que eu já vou me desculpar com aquela senhora e voltar ao trabalho. – Sarah respondeu limpando as lágrimas dos olhos.
- De jeito nenhum que você vai fazer isso, eu já pedi pro Dean expulsar aquela rabugenta daqui, o que você vai fazer é voltar comigo lá e agir como se nada tivesse acontecido pois ninguém tem que se intrometer na sua vida, muito menos um bando de clientes caipiras. – Kat levou sua amiga pra tomar umas doses de tequila.
Já haviam se passado algumas horas, as coisas já estavam mais calmas no Truman’s, até que de repente um estranho misterioso entra pela porta da frente e logo cruza o seu olhar com o de Sarah. Ele senta num canto esperando para ser servido, e Sarah logo vai até ele.
- Oi, o que você vai querer? – Sarah pergunta, quase hipnotizada pela beleza do estranho.
- Uma garrafa de vinho, por favor. E quem sabe a sua companhia. – Ele transmite alguns olhares sedutores.
- Você é muito ousado, senhor...
- John, John Silverstone.
- Eu adoraria sentar aqui e conversar com você, mas infelizmente estou trabalhando muito esta noite. Mas... eu adoraria sair com você, se você quiser... ou não, quem sabe, eu não sei... Me desculpe! – Sarah fica nervosa.
- Não tem nada do que se envergonhar, eu adoraria sair com você também. – John sorri.
- Sério? Então tá, eu, te vejo, amanhã?
- Pode ser. Amanhã às 21h30 aqui no Truman’s, não se atrase.
- Tudo bem, eu vou pegar a sua garrafa de vinho então. – Sarah diz sorrindo.
- Pensando bem eu vou dispensar o vinho, vejo você amanhã.
- Ok, tchau.
John saiu pela porta e Sarah ficou extremamente feliz por ter um encontro, na esperança de que seria feliz novamente. Logo ela vai ao bar falar a novidade para sua amiga Kat.
- Você viu isso, Kat? Eu tenho um encontro! – Sarah disse contagiada.
- Parabéns, Sarah. Eu pensei que você nunca abriria a xana pra ninguém! – Kat fica feliz por sua amiga.
John entra em seu carro e liga para alguém:
- Oi, sou eu. Você tinha razão, é ela quem você estava procurando. É, o nome é Sarah, e o melhor de tudo é que ela nem se lembra que fui eu quem matou os pais dela.
Continua...
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