Episódio 3 - Poderes Crescentes
Kat acordou-se assustada. Ela andava tendo vários
pesadelos com a mesma mulher pálida e assustadora há três semanas. Seria um
sinal de bruxaria como sua avó alertara anteriormente ou apenas muita bebida?
Ela não sabia o que pensar.
Com o rosto pálido e cansado, Kat senta-se à mesa de
jantar com sua avó para tomar o café da manhã.
- Você parece exausta querida, está tudo bem? -
pergunta Margaret desconfiada e ao mesmo tempo ciente do que estava acontecendo
com sua neta.
- Eu não quero falar sobre isso. - Kat responde
ignorando-a.
- Eu sei o que você está passando. O colar que eu te
dei anda te atormentando e você provavelmente sabe disso, mas está ignorando os
fatos e fingindo indiferença na minha frente para que eu não desconfie. Quanto
mais você afastar os seus sonhos, mais eles vão atormentar você à noite.
Aceite-os e descubra o significado deles, não deixe-os que te consumem. -
Margaret alerta-a.
- Quer saber? Eu simplesmente não tenho tempo para
isso hoje. Vou me vestir pro trabalho que é melhor. - Kat arrasta a cadeira e
levanta-se com seu mal humor costumeiro.
- Mas você nem terminou seu café da manhã.
- Eu não estou com fome.
No Truman's, mais tarde...
Kat já está em seu turno à tarde e vai até a cozinha
do estabelecimento, onde seu primo Dean comanda.
- Oi Dean, eu preciso falar com você.
- Não posso falar agora, estou preparando meu famoso
chilly e você está atrapalhando a melodia de Christina Aguilera tocando aqui. -
Dean, assim como sua prima, é muito sarcástico, e demonstra isso sempre que
possível.
- Eu estou muito cansada para aguentar suas ironias,
Dean. Preciso que você guarde algo pra mim.
- Uau, minha priminha me dando presentes?! Será que
Michael Jackson vai sair da cova hoje?
- A vovó me deu este colar há alguns dias e desde
então eu venho tendo vários pesadelos que não me deixam dormir. - Kat estende a
mão com o colar e o dá a Dean.
- Por acaso você acredita nessas macumbas da vovó?
- Não, claro que não. Mas como você é o maior
macumbeiro desta família eu pensei que seria a melhor pessoa para guardar isto
pra mim.
Dean pegou o colar e o olhou discretamente.
- Hum, é um colar bonito até. Posso usá-lo em uma das
minhas sessões de espiritualismo para reforçar minha aparência de cigano.
- E quando eu penso que você não pode ficar mais gay
do que já é, você sempre me surpreende.
- Pelo menos a "bixa" aqui está lhe fazendo
um favor. Se lembre disso da próxima vez que você se recusar a me emprestar uma
maquiagem!
- Tanto faz, cretina. Por acaso o chilly já está
pronto? O cliente gordo e suado está impaciente. - Kat aumentou levemente o tom
de voz.
- Toma aqui, parece que eu não consigo uma folga nesse
estabelecimento. Estou cansado de cozinhar pra esses caipiras! - Dean estendeu
a mão e colocou o prato de chilly no balcão, onde Kat pegou e deixou o lugar
para atender o cliente.
Logo depois de servir o cliente, Kat vai até o balcão
do bar pedir uma tequila à Sarah, que estava substituindo-a.
- Oi, Sarah. Me serve uma tequila que eu estou
precisando beber algo.
- Você vai me pagar?
- Não se esqueça de quem trabalha nesse balcão, eu
posso pegar todas as bebidas de graça se eu quiser. Você só está aí por que eu
preciso me movimentar um pouco hoje para tirar o estresse.
- Eu nem vou perguntar o que anda te deixando tão
estressada ultimamente. Pois eu estou muito feliz para você estragar meu bom
humor. - Sarah abriu um sorriso em seu rosto.
- Só por que você finalmente se abriu para aquele tal
de John, não quer dizer que eu precise aguentar você falando disso. Virgens
recém defloradas me irritam!
- Na verdade, ele ainda não me deflorou. - Sarah disse
convincentemente.
- O que? Vocês estão saindo há três semanas, eu pensei
que a essa altura rolaria até pedido de casamento. - Kat ficou em choque com a
revelação de sua amiga.
- Uma relação não se trata apenas de sexo, isso leva
tempo. Primeiro eu tenho que saber que confio nele.
Kat ficou sem reação com o quão inocente era sua
amiga, então apenas finalizou o assunto.
Ainda no Truman's, Kevin, um dos garçons do
estabelecimento foi à cozinha acertar as contas com Dean.
- Oi Dean, você queria falar comigo?
- Na verdade sim. Eu quero o dinheiro que você me
deve. - Dean respondeu com uma expressão severa no rosto.
- Pois é. Desculpe não ter te pago antes, eu só
preciso de mais alguns dias para conseguir o dinheiro. - Kevin disse tentando
enrolar o cozinheiro.
- Você acha que eu sou idiota?! Eu sou cozinheiro
dessa espelunca, conselheiro espiritual fajuto, traficante de drogas e até
mesmo prostituto nas horas vagas apenas para poder pagar meu aluguel! Eu te dei
aquela erva pois te considero um amigo, mas uma coisa é pagar em uma semana,
outra é enrolar pois mais de um mês e ainda ter a cara de pau de mentir na
minha cara e no meu local de trabalho! - Dean levantou o tom de voz e todo o
restaurante parou o que estava fazendo para prestar atenção.
- Cara, para de gritar, o restaurante todo está
ouvindo. - Kevin sussurou para não chamar atenção.
- Você acha que eu estou me importando com esses
caipiras?! Você deveria era se preocupar consigo mesmo seu filho da mãe!
Dean deu um soco na cara de Kevin, seguido de uma
joelhada na barriga e um chute certeiro na área pubiana. Kevin estava
extremamente envergonhado e dolorido. Dean o pegou pela gola da camisa.
- Você pode ter escapado agora, seu merdinha. Mas eu
te juro por Deus, que você vai se arrepender disso... Agora dá o fora daqui seu
desgraçado!
Dean empurrou Kevin pela entrada da cozinha e o
expulsou dali, encarando-o com um olhar expressivo e raivoso.
De repente, uma mulher carbonizada aparece e observa
Dean com uma expressão psicoticamente contente no rosto.
Continua...
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