sexta-feira, 1 de agosto de 2014

CLARICE-EPISÓDIO 3

CLARICE - Episódio 3

Em Dezembro de 1934, a familia de Clarice se muda do Recife, para o
Rio de Janeiro. No Ano seguinte, mudam-se para uma casa na Tijuca, na
Rua Mariz e Barros. No Colégio Silvio Leite, na mesma rua de sua casa,
cursa a quarta série ginasial. Em 1936, termina o Curso Ginasial. A
partir de então, começa a dedicar-se na leitura de livros de autores
nacionais e estrangeiros mais conhecidos, alugados em uma biblioteca
de seu bairro. Conhece os trabalhos de Rachel de Queiroz, Machado de
Assis, Eça de Queiroz, Graciliano Ramos, Jorge Amado, Dostoiévski e
Julio Diniz. Dois anos depois, transfere-se para o curso complementar
do Colégio Andrews, na Praia de Botafogo. Na Época com 18 anos, às
voltas com dificuldades financeiras, da aulas particulares de
portugues e matematica. A Relação Professor / Aluno seria um dos temas
preferidos e recorrentes em toda a sua obra.
Ao completar 20 Anos, seu conto "Triunfo" é publicado em 25 de Maio de
1940, no Seminario "Pan", de Tasso de Silveira. Em Outubro do mesmo
ano, é publicado na "Revista Vamos Ler", editada por Raymundo
Magalhães Junior, o conto "Eu e Jimmy". Esses trabalhos não fazem
parte de nenhuma de suas Coletâneas. Após a morte de seu pai, no Dia
26 de Agosto, a escritora, talvez motivada por esse acontecimento,
escreve diversos contos : A Fuga, História Interrompida e O Delirio.
Passa a morar com sua irmã Tania, ja casada, no bairro do Catete.
Consegue um emprego de Tradutora no temido Departamento de Imprensa e
Propaganda - DIP, dirigido por Lourival Fonte. Como não havia vaga
para esse trabalho, Clarice ganha o lugar de redatora e reporter na
Agencia Nacional responsável por distribuir notícias aos jornais e
emissoras de rádio da época. Inicia-se ai, sua carreira de jornalista.
No novo emprego, convive com Antonio Callado, Francisco de Assis
Barbosa, José Condé e, também, com Lucio Cardoso (autor de Romances
como : Maleita [1934] e Salgueiro [1935]), por quem nutre durante
tempos uma paixão não correspondida : o escritor era homossexual.
Apesar disto, tornaram-se melhores amigos íntimos.
Nesse tempo, Clarice também passa a frequentar o bar "Recreio", na
Cinelandia, centro do Rio de Janeiro, ponto de encontro de autores
como Lucio Cardoso, Vinicius de Moraes, Rachel de Queiroz, Otavio de
Faria, e muitos mais. Em 1942 começa a namorar com Maury Gurgel
Valente a quem conheceu na universidade (os dois se casam no ano
seguinte) e escreve seu primeiro romance, "Perto do Coração Selvagem".
No ano de 1944, em plena Segunda Guerra Mundial, o casal Clarice e
Maury, mudam-se para Napoles (Itália), onde o marido da escritora
segue carreira. No mesmo ano, termina seu segundo romance, "O Lustre".
E recebe o Prêmio Graça Aranha com Perto do Coração Selvagem,
considerado o melhor romance de 1943. Em 1945, ela da assistencia a
brasileiros feridos na guerra, trabalhando em Hospital Americano. Em
1946, após o lançamento do livro, volta ao Brasil, aqui ficando por
três meses. De volta a Europa, vai morar com a familia em Berna
(Suiça). E, a convite, passa as festas de fim de ano, com Bluma e
Samuel Wainer, em Paris. Em 1948, Clarice fica gravida de seu primeiro
filho. Para ela a vida em Berna é de miséria existencial. Seu livro,
"A Cidade Sitiada", após tres anos de trabalho, fica pronto. Alias,
foi logo após o termino de seu ultimo capitulo, que Clarice deu a luz
a Pedro, seu primeiro filho. Para Clarice, esse foi o unico
acontecimento que pode remover o tédio de sua vida na Suiça. Em 1952,
fica gravida pela segunda vez. E em 10 de Fevereiro de 1953, nasce
Paulo. Mãe, Clarice Lispector divide o seu tempo entre os filhos e
seus novos livros : A Maçã no Escuro e Laços de Familia. Que ainda
seriam os primeiro, de seu grande trabalho na literatura brasileira.
Quando criança, seu filho mais velho, Pedro, se destacava por sua
facilidade de aprendizado e bom comportamento, porém, na adolescência,
sua falta de atenção nos estudos e extrema ansiedade acompanhada de
agitação consigo mesmo e com a família, foram diagnosticadas como
esquizofrenia. Clarice se sentia culpada, sem saber o porque, pela
doença mental do filho, e teve dificuldades para lidar com a situação,
recorrendo a psicólogos, psiquiatras e internações, pois o menino era
muito agressivo.
Em 1959 se separou do marido, devido ao fato dele estar sempre
viajando a trabalho, exigindo que ela o acompanhasse todo o tempo. Não
querendo abrir mão de sua carreira, querendo cuidar do filho
esquizofrênico em um local fixo, sem viagens contantes, que deixavam o
menino mais nervoso, preocupada com as constantes mudanças de escola
do outro filho, que não estava fazendo amizades, e cansada das
desconfianças e ciúmes do marido, deu um fim na relação. O ex-marido
ficou na Europa, e Clarice voltou a viver permanentemente no Rio de
Janeiro com seus filhos, indo morar com eles em um apartamento no
Leme.

Não Perca, no proximo episódio, o final dessa inigualavel historia de vida.

Até Breve.

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